O edifício da Fonte Principal das Termas do Peso (Melgaço)

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Entre 1897 e 1898 inscreveram-se nas Termas 731 aquistas. “Eram diabéticos, hepáticos, gastrálgicos, nefríticos, etc., de perto e de longe, não faltando também de Lisboa. Os provenientes da Galiza faziam o transbordo na estação de Guilharei para o comboio da linha de Orense e apeavam-se em Arbo, em frente do Peso. Atravessando o rio-o morgado de Reguengos pusera uma barca para passar de graça, evitando as disputas dos barqueiros portugueses e espanhois-com mais meio quilómetro a pé, estavam na estância. O pior era esse meio quilómetro, a subir. Outros preferiam a diligência, que da estação do caminho de ferro de Valença os conduzia em 5 horas por 450 rs., ou em trens por 5$000 rs. faziam o mesmo percurso em menos de uma hora ou hora e meia”20. Em 3 de Junho de 1898, a concessão atribuída a Santos, Sobral & C.ª foi “ratificada por alvará do Ministério das Obras Públicas ficando a empresa investida na posse de todos os direitos de exploração vitalícia das nascentes”21 Um diploma, publicado no Diário do Governo de 24 de Setembro de 1898, havia fixado os preços dos serviços termais: “Por 1$500 rs. o aquista tinha direito ao uso das águas na copa, a levar 330gs. para cada refeição ao preço de 20 rs., a duas consultas, uma no início e outra no final do tratamento para conhecer o regime a seguir, e uma análise de urinas. Fora disto, consulta no gabinete a 500 rs., e a 1$000 rs. no hotel e análises a 1$500 rs”22. Estes preços contribuíram, de certo, para a cada vez maior afluência de aquistas justificando a construção em 1901 do Novo Hotel Quinta do Peso. Um dos seus primeiros hóspedes foi o conselheiro Manuel Francisco Vargas, ministro das Obras Públicas, que era acompanhado de sua esposa23. O maior afluxo de pessoas às Termas do Peso e consequente maior consumo de água mineral obrigou a Empresa Santos, Sobral & C.ª a executar o projecto de pesquisa de novas captações aprovado na reunião de 14 de Setembro de 1899. Surgiu então um conflito com a Viscondessa do Peso, proprietária dos terrenos adjacentes e onde a empresa pretendia efectuar os trabalhos de pesquisa. Havendo recusado a proposta de entrar como sócia da empresa resolveu então também efectuar uma exploração de nascente de água mineral que brotava no seu prédio rústico tendo requerido em 5 de Março de 1904 a respectiva licença. A empresa reclamou com o fundamento de serem “más as condições das águas de Melgaço; o caudal da nascente é pequeno, 1 litro por 24”,8 e tem sofrido variações grandes, chegando quási a desaparecer em consequência de trabalhos executados nas proximidades”24. Pela Portaria de 11 de Novembro de 1904 entrega-se à Empresa Santos, Sobral & C.ª um “perímetro reservado de 15 hectares para a exploração das águas, só então tornando possível o início da sua expansão, com todos os investimentos a ela associados”25. Captações definitivas foram então efectuadas e concluídas em Agosto de 1906, com resultados que ultrapassaram as melhores expectativas -“o caudal disponível sofreu um enorme aumento, tendo passado de 2.482 litros/dia (verificados em 1904) par um débito de mais de 8.000 litros/dia (medições de 1907), mais do triplo!”26





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